sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Frio na barriga

....a partir de amanhã começo a materializar uma parte mais tangível do mundo de mudanças que planejei pra 2009. Parece tão maluco, mas esse frio na barriga faz sempre muito bem. Temos fases na vida que queremos segurança, outras, o frio na barriga é parte fundamental na curtição.

Acho que descobri uma coisa que me faz sentir bem, esse frio, me move. Dá um medo, mas me faz andar. O melhor de tudo que esse medinho é de uma coisa que não tem como ser ruim, me predispondo a só ver o lado bom de tudo que está por vir.

Hehe...mal posso esperar por amanhã...que meeedo!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Ser feliz

Como é bom ver alguém que a gente gosta muito ser reconhecido, atingir seus objetivos, tomar conta do seu espaço. Agora entendo melhor o que é a gente se realizar pelo outro e poder estar feliz pelo simples fato do outro estar também.

Apesar de considerar esta minha fase da vida uma das mais cheias de perguntas, me alegro em ver que as respostas e os caminhos da fato estão se tornando mais claros. Me deixa ainda mais feliz, notar que em nenhum momento, as minhas decisões estão me sendo impostas, estou tomando todas elas porque eu quero, e isso é melhor ainda.

O importante é saber o que te faz mais feliz? Você sabe? Hoje eu posso arriscar que sei.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A vó foi

Depois de quase 20 dias de tortura diária a vó Melha descansou..e nós também. Eu já tinha falado antes, ela teve uma vida tão plena que o final não merecia ser menos nobre.

Ontem no final do dia me bateu uma vontade desesperada de ir vê-la, foi uma coisa repentina, no meio da minha volta na estrada. Em meia hora, depois de algumas combinações fui prá lá com meu marido.

Foi tão bom, disse pra ela tudo, mas tudo que tava engasgado em mim, tive a oportunidade de dizer pra ela quanto ela sempre foi um exemplo e alguém importante demais pra mim. Disse pra ela ir que a gente daqui jamais deixaria de lembrar dela. Com um beijo na testa me despedi, naquela hora sem saber que era a última vez. Na noite de ontem, um pouco mais tarde ela partiu..as minhas palavras foram as últimas que ela ouviu...que bom!

Hoje foi um dia de sentimentos conflitantes..alívio, conforto e tristeza. Meu avô optou por não ir ao velório e ao enterro da mulher com quem ele dividiu a vida por mais de 60 anos...sábia decisão, forte e corajosa.

Aos poucos o dia a dia vai preenchendo as lacunas e curando as feridas...uns vão para que outros venham... e a vida vai.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Mais uma semana que pareceu um mês

Semana corrida essa, tudo que eu fiz nessa semana dava pra lotar um mês de vida. O que eu deixei de fazer dava outro.

A segunda-feira foi muito especial, com a nossa visita surpresa ao Thiago. Toda a função foi muito legal para todos nós. Depois de um dia de muitas ligações e combinações conseguimos fazer acontecer um aniver especial ...e um sentimento de estarmos completos quando estamos juntos tomou a todos. Veio cheio de novas perspectivas, vontades e certezas. Como é bom ter certezas!

A Terça e os dias que seguiram foram uma função só pois a minha avó não melhorou mais, estagnou, está sedada, sem muitas perspectivas. Que bom que pude falar com ela no último domingo, nos seus últimos instantes de consciência e lucidez...será que teremos outros como este..não sei.

De qualquer forma, as certezas da Segunda seguiram nutrindo a parte da minha cabeça que pensa no futuro, e apesar de uma tristeza com as coisas do presente, o fututo será muito bom!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Será o fim do inferno astral familiar?

- Vó operada e se recuperando...bem aos poucos, mas leve melhora.

- Marido de aniversário hoje com direito a muitas comemorações (fim do inferno astral do marido :)

- Restituição do IR na mão (e eu que achei que tinha caido na malha fina)

Nada como um dia após o outro :)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A caminho do fim


Como é triste ver pessoas que a gente ama se indo, se apagando, chegando ao fim...

Minha Avó materna de 95 anos está muito ruim. Ontem, depois de 6 anos eu voltei a um quarto de CTI. Na experiência anterior assisti o momento exato da morte do meu avô paterno.
Naquele dia pensei que nunca mais queria presenciar uma cena daquelas. Já perdi outras pessoas, mas presenciar o sopro final (é assim mesmo – é uma última expiração, como um esvaziar e fim) aconteceu uma só vez.

Ontem, no quarto com a minha avó temi muito ter que assistir aquilo novamente. Ela estava parcialmente cedada, numa luta para expressar o seu sentimento. Ela estava muito triste, inconformada com a FORMA que está acontecendo.

Ela sempre foi uma mulher forte, a frente do seu tempo, saiu de casa solteira para trabalhar, casou tarde, com 35 anos, teve suas filhas e seguiu trabalhando...vive com o seu marido, de quem tem a companhia (é o amor ciumento) até hoje, depois de 60 anos de casados.

A Melha (é Amélia mas a gente sempre chamou assim) sempre se disse realizada, viu a família crescer, as netas e netos casarem e teve uma bisneta. Por ela, se diz pronta, realizou e viu realizar tudo que desejou para a sua amada família.

Acho que o que ela não suportaria é depois de 95 anos, ficar presa a uma cama, a tubos e fios - isso não é a vida dela.

Nos próximos dias viveremos dias tensos, pois ela se opera na terça a tarde. Eu vou estar em SP, a trabalho até quarta, mas com a cabeça por aqui, esperando que o melhor para ela aconteça...seja a recuperação ou seja o final.

Antes de eu sair do hospital ontem ela estendeu a mão e me puxou, fez um bico, entendi, queria me dar um beijo. Ela é tão incrível, que mesmo naquela situação, conseguiu reunir forças pra mostrar como me ama. Não era preciso – em todas as vezes que nos falamos nessa vida você NUNCA deixou de dizer: A vovó te ama querida.